26 de julho de 2007

Boneca de Porcelana


Acordou de repente no meio da noite, assusta com o pesadelo que acabava de ter. Sua respiração era ofegante e etava suando muito. Sempre tinha aquele pesadelo, na verdade mais parecia com um "replay" do que há muito tempo havia acontecido e ela não conseguia se desligar daquelas lembranças.

Se levantou da cama, vestiu se hobby e foi até a cozinha para beber um copo de água e tentar relaxar para que o sono voltasse. Tentava não pensar naquelas cenas, tentava não lembrar de tantos detalhes mas era inevitável... estava tão vívida a imagem em sua mente quanto no dia em qu aconteceu.

Passou longos minutos ali, pensativa, segurando o copo de água e baendo com os dedos a bancada à espera do sono que não chegava, então resolveu ir até a sala.

Sentada na poltrona, foleou algumas revistas velhas e pegou um livro que estava no chão mas ao abrí-lo caiu um pedaço de papel amarelado e amassado, era um bilhete. Resolveu abrir pois não se lembrava daquele bilhete. Quando o abriu, ficou tão trêmula que deixou o livro cair junto com o bilhete, e não conseguindo se segurar, chorou, feito a criança que era na época em que tudo aconteceu. Tentou abafar o choro com as mãos em seu rosto, para que ninguém ouvisse.

Quando se recompôs, foi até o bar da sala e tomou uma taça de conhaque na tentativa de trazer o sono de volta ou esquecer tudo aquelo que havia acontecido, mas era tudo em vão. Então tomou mais uma taça e outra e perdeu a conta de quantas foram.

E a cada taça que tomava, além das cenas não sairem de sua mente, sentia todas as sensações daquele dia. podia sentir o cheiro do suor, a dor do tapas qe levou para ficar quieta, seus gritos sendo abafados por aquela mão pesada, o nojo de se sentir tocada daquela maneira tão íntima por alguém tão íntimo... e a impotência de nunca poder ter podido fazer nada...

Se levantou do bar, meio sem jeito por estar embriagada, derrubando taças e copos e garrafas e cambaleando voltou ao quarto em pranto novamente. Se sentou na cama e pegou sua boneca favorita... abriu a gaveta de seu criado-mudo e pegou seu vidro de remédio para dormir e tomou todas as pílulas que haviam nele. Se deitou com abraçada com sua boneca como fazia quando era criança e fechou seus olhos, finalmente sono havia chego. Sua mãe foi até o seu quarto pela manhã para a acordar e não conseguiu, o sono que ela tanto queria para poder ter um pouco de paz havia chego, agora dormia o sono eterno. Sua mãe a abraçou e chorou muito... percebeu que em sua mão havia o vidro de remédio e o bilhete que tinha encontrado.

Quando ela abriu o bilhete e o leu, tudo para ela passou a fazer sentido.
Abraçou mais uma vez a filha, lhe deu um beijo em seu rosto e a colocou deitada novamente na cama, e foi chamar seu marido, para que ele pudesse se despedir de sua Boneca de Porcelana...

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