15 de junho de 2008

Café


Passou pela loja de animais e pensou: "porque não?".
E comprou.
Era um lindo filhote de cachorro.
Quando chegaram em casa, o filhote, desconfiado, cheirou todos os cômodos da casa e no fim, não sabia onde ficava. Ela o chamou na cozinha com um assovio e ele veio correndo, saltitante. Ela tinha colocado ração e água para ele, que devia estar faminto, pois depois que sairam da loja, ela ainda passou por vários lugares e demoraram algumas horas.
O filhote cheirou a ração com desconfiança mas comeu, tudo e com gosto, enquanto ela pensava em um nome para ele. Quando o filhote terminou de comer, soltou um pequeno arroto e ela teve a brilhante idéia de colocar o nome nele de Rafael. Rafael porque era o nome de seu ex-namorado e assim como o cachorro não tinha o mínimo de educação e o real motivo de tê-lo comprado era para suprir, de alguma maneira, a falta que ela sentia do ex.
Terminaram havia duas semanas. Ela foi trocada por uma moça que ele tinha conhecido num café que fica à poucas quadras de sua casa.
Rafael, o filhote, se tormou seu melhor amigo, companheiro inseparável, para onde quer que ela fosse, lá estava Rafael. Até arrumou briga em um restaurante que não aceitava animais e depois se acostumou com a presença tão amistosa do cachorro.
Os meses se passaram e ela já nem se lembrava direito de Rafael, o ex, e decidiu naquela tarde ir à um café, mas ela não pôde entrar com Rafael, então o prendeu no poste que havia do lado de fora.
Quando terminou seu café e foi buscar Rafael, ele estava acompanhado de uma moça muito bonita e simpática; e quando perguntou o nome do cachorro se espantou quando soube que seu nome era Rafael, o mesmo nome de seu namorado.
Só então se deu conta de que aquele era o café onde Rafael, o ex, havia conhecido a moça por quem tinha sido trocada, e que aquela moça bonita e simpática era a atual. Resolveu ir embora. Puxou Rafael pela coleira e ele resistiu em ir embora, empacando como uma mula, mas foi só a moça bonita e simpática o chamar que ele foi correndo, como se ela fosse sua dona; e acabou se tornando.
E Bianca nunca mais tomou café, nem quis namorar ninguém que tomasse café, muito menos quis outro cachorro.

6 de fevereiro de 2008




E eu que fiz o meu melhor, para você não foi mais que o necessário para que me abandonasse...


Posso ser tão malvada quão você quer.
Posso ser tão sexy quão você quer.
Posso ser tão tímida quão você quer.
Posso ser tão agressiva quão você quer.
Posso ser tão delicada quão você quer.
Posso ser tão doce quão você quer.
Posso ser tão azeda quão você quer.
Posso ser tão sua quão você quer.
Posso ser tão sensual quão você quer.
Basta você querer.



E tudo se tornou tão estranho que me perdi em minhas esperanças nuas, me perdi em meus sonhos estranhos, me perdi em minha utopia vaga, me prendi em sua realidade...

E NA MINHA AMARGA MANHÃ, CAMINHEI POR VASTOS CAMPOS VAZIOS À SUA PROCURA, À SUA ESPERA, E NADA PUDE ENCONTRAR ALÉM DA SOLIDÃO QUE ME ACOMPANHA COMO SE FOSSE MINHA SOMBRA, MESMO NA ESCURIDÃO...